26 de dez. de 2011

.

despertou daquela ausência [de vida]
pois o sono fora uma pausa - - - - - - -
o respiro de um corpo alterado

dESPERTOu
e não se (re)conheceu
s u a p e l e e u c a b e l o s e u s o l h o s

o dia seguinte
deixara de ser seguinte
pois passara a ser o primeiro [da vida]

Era nova - Era outra
D o o l h a r A r e s p i r a ç ã o

era uma coisa preEnchida [de vida]
jamais antes tão prEenchida

havia calma havia amor
haviam sons haviam imagens

por horas ficou imóvel nessa gestação
sentia-se nascer, nova, agora. . .
                                                    [a vida]


20 de dez. de 2011

...

Saiu atônita

como quem não controla as pernas
caminhou em ritmo constante

de respiração cisTerna
um olhar nave(gi)gante.

desviou calm(a)mente
de uma mão
que displicente
por pouco não
a queimou com o cigarro.

escutou a desCulpa
pelo esbarro
longe então
mas,
não se voltou afinal
...


seguiu caminhando

as luzes piscando

bichos gigantes com touca de Natal
...



quis perguntar ao motorista
esse ônibus passa...?
o nome da avenida lhe fugia
subiu ainda assim                o ônibus partindo
tentando falar para onde ia.

               para onde você vai?
é isso que você tem que perguntar!
            tomou uma b r o n c a do motorista...



riu, sórriu
passou a catraca
sentou na janEla
inclinou a cabeça
e
sentiu o vento (f)riu

 

9 de dez. de 2011

Três Fragmentos


a ausência daquele criado mudo
uma sapateira emudeceu,
o jardim de cerejeira, tudo
de solidão refloresceu.

do seu caminhar  lascivo
meu corpo se perdeu,
do seu olhar incisivo
meu coração se esqueceu.

a névoa da manhã anuncia,
entre um suspiro calafrio, que eu
Sou flor de uma fruta arredia
Arco-íris  de outrora que morreu.