15 de jul. de 2012

farsa em 3 atos contra paixão


prólogo
ela,
no centro da situ.ação,
decidiu-se de antemão.

1º ATO
me en.cantei pela possibilidade
im.pulso curioso
des.vendar
penetrar-lhe pelo olhar entrar.

2º ATO
fui correta,
não me apaixonei.
era situacional
não podia se apaixonar,
a situação externa não lhe permitia...
tudo simples
resolvido, estava:
a entrega do momento
bastava.

3º ATO
me iludi
acre.ditou na ilusória de.cisão...
e se escolhe apaixonar?

epílogo
hoje, não passa hora sem que me atravesse os sentidos
a memória do teu cheiro do teu toque


é
o
fim


(cai o pano)

observanas cotidiações VII

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passarinhos desfilam na minha janela
e essa gata não ousa levantar
da minha blusa de flanela

6 de jul. de 2012

existe uma garotinha


ela caminha,
a terra umedece
com a expansão de seu medo,
as árvores encolhem a garotinha
na sombra de sua incerteza.

ela adentra
a floresta de seu medo,
tornando-se pequenina, frágil.

ela insiste
em passos trêmulos de coragem,
curiosidade infantil
de buscar o que está além dela mesma.

observanas cotidiações VI


o homem enquadrado pela janela
gira a lâmpada
e se desfaz na escuridão de sua cela

.